Revelações sobre o amor / O Amor Entre o Homem e a Mulher


(Amor Incondicional) - Ainda que todos os que estivessem reunidos na Assembléia se amassem uns aos outros e estivessem ligados pelos mais íntimos vínculos, notava-se que rabi Abba e rabi Eleazar eram mais devotos um ao outro que todos os demais. O mestre viu sua intimidade com prazer e disse, um dia, a todos eles: "A comunhão de quaisquer dois amantes é o fundamento da Sabedoria, seja este amor o do mestre pelo discípulo, ou o amor de um homem por seu companheiro, ou o amor de um homem por uma mulher. A instrução que um professor dá o seu aluno os aproxima um do outro e da natureza mais que a união de um homem com uma mulher. Os céus e suas hostes são o vestido, enquanto Israel é o corpo;  mas a verdade só é encontrada na alma: isto é, na forma real de seu Amado. "E o mestre continuou suas revelações sobre o Amor:
"É por meio do temor que um homem é levado a amar. Há, contudo, duas classes de temor: o temor do Infinito que é acompanha o sentimento de amor a D´us ; e o temor que nada é senão medo, e é estéril e destrutivo. O homem que obedece a D´us por amor chegou ao mais alto grau, e já pertence, devido à sua santidade, à vida futura. Aquele que ama a D´us é coroado com graça e se mostra compassivo a todos. Mas a servi a D´us por medo é também serviço, ainda que estabeleça uma união menos elevada entre D´us e a alma. O amor não é senão um grau mais alto que o temor, mas no amor repousa o mistério da Unidade. É o amor o que aproxima os graus mais altos e os inferiores. É o amor que eleva todas as coisas àquele sublime grau no qual, e somente no qual, todas as coisas podem ser unidas. Nas altas esferas espirituais encontramos regiões que chamam o lugar-morada-de-amor.
"O amor, em união com a Força que sempre gera, é a base secreta da Torá. Quando o Trono Supremo é adornado com a coroa formada pela Lei Escrita, as formas das letras, as vogais e seus sons estão todos escondidos no interior do Trono. Então a imagem da Lei Escrita penetra dentro da Lei Oral e a fecunda, assim como uma mulher é fecundada por um homem. E a santidade se estende por todas regiões superiores . O que faz as Leis é o Iessód Eros. Quando o Pentateuco é retirado da Arca para ser lido, as portas dos céus de misericórdia se abrem e o amor celestial é despertado. Mas a Lei não deve ser buscada em cima, nos céus, nem tampouco nas profundidades do mar, senão bem perto do homem: em seus lábios e em seu coração. "



"Mas, mestre", perguntou um de seus alunos, "o amor entre o homem e a mulher não é também uma experiência elevada e enaltecedora? "

"O mundo", disse o mestre, "se apóia na união do princípio masculino e feminino. A forma na qual não encontramos ambos os princípio masculino e feminino . A forma na qual não encontramos ambos os princípios masculino e feminino não é uma forma completa nem superior. O Santíssimo não estabelece Sua residência em lugar algum onde tal união não exista, O nome de Adão foi dado a um homem e a uma mulher unidos num só ser.
"Na véspera de Sábado, um homem deveria ter relações com sua mulher, pois nesta noite uma alma adicional foi concedida a cada um de nós, e sob a guarda desta alma, as relações conjugais certamente não poderão ser maculadas pelo demônio.
"Oposto ao espírito criador de D´us, que é um espirito positivo, e portanto, masculino, encontramos a Shechiná, a Senhora ou espirito que recebe, Este espírito mora na Esfera Malchut, como a Rainha. Ás vezes o Rei do céu vem a ela, une-se com ela e lhe dá prazer e deleite. Por meio dessa união , a salvação vem a todo o mundo.
"Antes de vir a esta terra, cada alma e cada espírito se compõe de um homem e uma mulher, unidos em um só ser. Ao virem à Terra, essas duas metades são separadas e enviadas para animar dois corpos diferentes. Quando chega o tempo do casamento, o Santíssimo os une como antes, e eles outras vez tornam-se uma alma e um corpo. Mas esta união depende da vida do homem e do caminho que ele está trilhando. Se viveu uma vida pura e piedosa, gozará de uma união semelhante à que precedeu o seu nascimento e que era a união perfeita.

fonte: O Zohar - O livro do Esplendor 155-159págs

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